Por José Roberto Gonçalves
Diariamente,
vejo em redes sociais (principalmente Twitter e Facebook) declarações de amor.
Ou então nos sites/portais de notícias, que trazem a união/separação de casais
famosos (ou não tão famosos assim). Há de todos os tipos: breves e objetivas
como “eu te amo”, ou quilométricas e fascinantes, que fariam qualquer um se
sentir um semideus. Porém, ainda me indago sobre a veracidade de tais palavras.
Atitudes também não são suficientes. Enfim, como demonstrar, na era moderna, o
amor?
Minha
proposta é ser o mais imparcial possível. Gosto de analisar os dois lados da
questão, ver os dois lados da moeda. Observar frases como “os homens não
prestam” ou “quando vou encontrar meu príncipe encantado” causam arrepios. Se
os homens não prestam, por que as mulheres escolhem tanto? Ou então se esperam
o tal príncipe, por que não dão o devido valor quando encontram um rapaz de
valor? Dificilmente ele aparecerá montado em um alazão, prometendo-lhes que
serão ‘felizes para sempre’. A expectativa é que ele venha dentro de uma Dodge
Ram ou de um Camaro Amarelo. A cor dos olhos, o tipo físico, o status social,
tudo contribui para que o tapado de hoje seja o gato de amanhã. Enquanto isso,
a inteligência, a busca pelo sucesso profissional (por vezes conquistada à base
do suor, do cansaço e do esforço), são meramente qualidades secundárias. Os
homens cortejam as mulheres e vice-versa. No tempo dos nossos avós, dos nossos
pais, talvez esse texto não tomasse esse direcionamento. Mas concordemos: a
situação se inverteu. Talvez seja reflexo dos números. De acordo com o último Censo
realizado em 2010, o Brasil apresenta 96 homens para cada 100 mulheres. Talvez,
a lei da oferta e da procura se aplique nesse contexto. Mas como em quase todas
as regras, aqui também há exceções.

Homens e
mulheres, prestem atenção ao que querem. Uma curtição de momento, um
companheiro para a vida toda, um amor de duas horas dentro de um quarto de
motel, ou uma pessoa em quem confiar, desabafar e contar que sempre estará ao
seu lado, mesmo que seja apenas do lado de dentro do peito, batendo na intensidade
do coração? Tenho um quarto de século de vida, mas não preciso mais do que isso
para saber o que vale a pena. Assim como há desvirtuados, há quem goste de
atenção, que quer dar atenção. Que quer ser a exceção. Se você tem um carro
popular nacional 1.0 e ela só anda se for de Hilux, esqueça-a. Valorize aquela
que vai com você mesmo que seja caminhando. E se você que é despreocupada com
conceitos e moda, abra o olho para aquele que está preocupado de verdade com
você, mesmo quando os problemas dele são maiores que os seus. Existem homens
que prestam e mulheres com que vale a pena passar o resto da vida. Procure,
ainda há exceções.